O CENÁRIO DA BLACK FRIDAY NO BRASIL

Originado nos Estados Unidos nos anos 50, surge o termo quando uma multidão de consumidores chegou a Filadélfia no primeiro dia pós-feriado de Ação de Graças. 

Com a ideia de aproveitar bons descontos para as compras do fim de ano, mas o movimento foi tão grande que a polícia apelidou aquele dia de Black Friday. Mesmo após 30 anos o termo ganhou popularidade, em 2001, já se considerava o maior dia de compras do mundo, mantendo o padrão de ser sempre na sexta-feira seguinte ao feriado e a última do mês. 

No Brasil não temos o feriado americano, Dia de Ação de Graças, mas temos a Black Friday. Em alguns casos é um dos melhores dias para comprar todo tipo de coisa, ainda mais nos tempos do mundo digital, uma verdadeira mina de ouro para alavancar negócios através da tecnologia. 

Com números chamativos aos negócios, considerando o interesse do público e da mídia, sem dúvidas essa é uma grande oportunidade para uma marca se posicionar diante do seu público-alvo, com grandes expectativas para fazer bons negócios nessa data. 

Por conta da pandemia o ano de 2020 foi um ano atípico, tivemos uma grande expansão das vendas online na contramão das lojas físicas ao longo de quase todo o ano. Temos um novo cenário a partir de 2021, contando com grande parte da população vacinada e a flexibilização dos movimentos de isolamento, vivemos a volta de grande parte dos consumos de forma presencial, além das visitas aos negócios inaugurados recentemente. Conforme pesquisa realizada pelo PayPal, nos seis primeiros meses de 2021 já existiam 1,59 milhão de lojas online, 22,05% a mais do que em 2020, quando o comércio digital saltou em 40%.  

Com dados da NeoTrust, reforçamos esse cenário. O faturamento, entre janeiro e março de 2021, o e-commerce já movimentou mais de R$ 35,2 bilhões, representando um aumento expressivo de 72,2% em comparação com 2020. 

O número de retailtechs, permanece em um movimento crescente. No primeiro trimestre de 2021, os dados apontam para 801 retailtechs, sendo 12 startups operantes a mais do que no ano anterior, isso apenas nos três primeiros meses. 

Acompanhando todo cenário do mercado e ainda com os grandes momentos das vendas online, a estratégia deve ter como prioridade alcançar o maior número de pessoas utilizando todos os meios de comunicação em massa, online é claro. Também é preciso ter cautela com as estratégias para não ter a marca titulada como Black Fraude, ou cair no dito popular de “tudo pela metade do dobro”. O consumidor está atento cada vez mais nos tipos de oferta, grande parte da população dos consumidores inclusive tem o hábito de acompanhar determinados produtos para comparar os preços, pesquisando para evitar golpes e fraudes a fim de não fazerem negócios furados. 

Outro grande ponto para ser considerado é a diminuição do poder de compra e todo cenário caótico internacional, todo cuidado ainda é pouco para ambas as partes, a prioridade é fazer um negócio seguro e garantir um bom fluxo de vendas. 

O fim de ano do brasileiro está bastante movimentado, com eventos de grande impacto mercadológico e social, temos a Black Friday, Eleições e Copa do Mundo, será um trimestre de muito movimento no Brasil e isso provoca bastante alvoroço no comércio digital e varejistas presenciais. 

Dificilmente teremos uma Black Friday como essa, estaremos todos em clima de copa do mundo, pós-eleições, início de verão, férias e o principal, o décimo terceiro muito usado durante essa época, tanto fatores juntos não poderiam colaborar mais para o aumento da expectativa. 

Quanto a expectativa de compra, no ano de 2021 eram de 47% as pessoas que tinham a intenção de compra de algum item, já para o ano de 2022 é de 50% dos consumidores que afirmam uma compra durante esse período de promoções. Fato que esse ano promete ser histórico, tendo em vista tantos fatores juntos contribuindo para a excepcionalidade dos resultados. 

Para os consumidores, 62% afirmam existir uma expectativa de potencial melhora no segundo semestre do corrente 2022, sendo 47% esperando uma melhora financeira desde o mês de julho, outros 15% a partir de outubro, enquanto 22% esperam uma melhor no início de 2023.  Com a possibilidade de melhora, uma parcela de 34% das pessoas pretende gastar com roupas e calçados, 32% com alimentação e bebidas, e 26% em investimentos na educação com escolas, cursos, graduações etc. 

Observando todo esse cenário proposto com base nos resultados de 2020 e 2021, além de contar com as expectativas de melhoras para o corrente ano e o início de 2023, podemos observar um comportamento social de consumo superando os anos passados, trazendo um aquecimento de mercado e uma movimentação financeira alta. 

Podemos concluir dizendo aos lojistas: preparem-se, abasteçam seus estoques, confiram os serviços prestados por suas empresas de logística, já que isso impacta diretamente na decisão de compra, atendimento e boas vendas. Quanto aos consumidores: economizem, façam suas compras com cautela, pesquisem os locais e procurem sempre manter o máximo de segurança para que não se frustre a expectativa de compra. Boas compras!