UMA VISÃO GERAL SOBRE A DISRUPÇÃO DIGITAL

Nos últimos anos tem sido observado não apenas um “novo normal” como também um crescimento exponencial e de rápida mudança no modo como a tecnologia influencia o cotidiano das empresas.

 

À medida que há um monitoramento ativo das dinâmicas tecnológicas, alterações demográficas e das dificuldades propostas pelos choques provocados pela globalização que estão remodelando o mundo, tendências novas aparecem diariamente propondo soluções para os mais variados problemas, principalmente considerando os últimos anos e as possibilidades de problemas mundiais futuros.

 

Esse cenário pandêmico tem mostrado a capacidade de flexibilização e adaptação em todos os aspectos. Desafios para a readaptação social, econômica e a mudança do padrão de consumo da sociedade causa um grande impacto, levando à chamada Disrupção Digital.

 

A Disrupção Digital, de modo simplificado, trata-se da mudança radical, uma transformação digital absoluta de indústrias e seguimentos inteiros, criando até novos padrões para mercados já existentes por muitos anos. Essa Disrupção Digital quase que obriga a transformação do cenário corporativo, induzindo e provocando substituições drásticas de práticas comerciais, crenças e padrões.

 

Exemplos de Disrupção Digital que podem ser citados em três seguimentos muito antigos:

- Uber, na indústria de transporte;

- Netflix e Spotify, na indústria de consumo de entretenimento visual e auditivo; e

- Airbnb, que revolucionou a indústria da hotelaria.

 

Vale observar também a aplicação em todas as áreas da indústria. Por exemplo, o Varejo, onde a Disrupção Digital não se impôs completamente, mas que gradualmente vai inserindo suas contribuições cotidianas tais como compras de mês sem sair de casa, consumo de vinhos que já passam dos 30% do consumo total de vinhos no Brasil.

 

Alguns pontos se destacam quando o assunto é Disrupção Digital e o impacto do modo de operação de algumas soluções desenvolvidas:

 

1) Absorção e aplicação da cultura Data Driven: simplificando, planejamento estratégico sai do abstrato e passa rotineiramente a ser baseado em dados, uma vez que os dados estão cada vez mais disponíveis. Por que não usar eles para decisões mais assertivas? Isso possibilita o monitoramento desses dados em tempo real, agilizando decisões e trazendo resultados assertivos, acompanhando o que está acontecendo em cada passo do processo. Por exemplo, ajustes em lançamentos em campanhas de produtos e serviços, podem ser instantâneos. Não precisam esperar, visto que o acesso aos dados se dá de forma imediata. Mais do que isso, cada dia mais será possível prever as necessidades dos clientes a partir dessa análise de dados, o cliente não virá até o fornecedor, não falará de sua necessidade. Esses dados direcionarão e farão que a ação seja possível, antes que o cliente tenha expressado a necessidade. Em resumo, será possível mostrar que ele quer alguma coisa que nem sabia querer.

 

2) Processos de Marketing Digital com o Cliente no centro: o que importa é servir e estar próximo, ter um maior e mais próximo mecanismo de pontos de interação com os clientes. Integrados não é offline ou online, são ambas as coisas, isso facilita estimular a experimentação, implementar o “agile marketing”. Ser realmente rápido nesse processo, e de quebra reduzir os ciclos e acelerar os aprendizados faz com que seja possível melhorar as campanhas e, por consequência, ter resultado melhor e atender melhor o cliente.

 

3) Uso de Inteligência artificial com atendentes virtuais e a conveniência cada vez mais crescente, presente e personalizada: saindo do que era “pessoas falando com pessoas” ou “pessoas falando com máquinas” para “máquinas falando com máquina”, por exemplo, um assistente virtual conversando com outro. Isso ainda está embrionário, mas é uma tendência que deve ganhar muita força, e começou a partir do lançamento a da assistente virtual do Google.

Previsão de crescimento do uso de tecnologias disruptivas até 2026 (Fonte: Global Megatrends 2022, PMI)

 

4) Aumento da autonomia e empoderamento de todas as áreas: sair de uma cultura baseada em silos/baias e ir para “squads”. Em outras palavras, ter nas equipes pessoas com características, conhecimentos, formações e responsabilidades diferentes, e por consequência ter uma visão muito mais completa daquela situação. Esse “squad” é montado para um projeto específico e depois se desmonta. Os integrantes vão para outros “squads” que alguns dos membros podem ser os mesmos ou diferentes. Isso aqui muda toda organização das empresas, e exige mais autonomia e mais colaboração. Na prática, o processo de tomada de decisão é acelerado e isso é uma das formas das grandes empresas conseguirem agir da forma como normalmente as startups têm, de ganharem agilidade e experimentar mais, testar com pequenos grupos ver os resultados e se eles forem ruins não se perde grandes recursos, pois foi uma pequena equipe trabalhando, e se der certo é possível evoluir e levar a decisão para toda a empresa.


 

Requalificação e qualificação da forma de trabalho digital. (Fonte: Global Megatrends 2022, PMI)

 

5) Maior capacidade de lidar com risco: entender que a transformação digital traz potenciais de crescimento sensacionais é preciso, mas como tudo que é novo traz risco e pode não dar certo, em particular traz um risco importante ligado ao processo de hacker, por exemplo. Separar o que é necessário, qual é a solução que realmente se precisa ter, o que são dados que estão sendo medidos e armazenados e que na realidade podem tornar o negócio mais vulnerável a ataques hackers. Informações dos clientes, problemas de privacidade, mas que de fato não estão trazendo nada útil para a solução. Enfim, para lidar com esses riscos são necessárias soluções mais amplas e que também envolvam a empresa inteira não dá para ficar limitado a equipe de T.I.

 

Convivemos diariamente com os novos padrões de consumo, que se tornam tão habituais que podem até tirar a nossa capacidade de perceber a mudança e toda a sua solução para uma determinada problemática. A Disrupção Digital está aí, revolucionando todo o mundo a todo tempo, ela é um início de mudanças, de novos tempos, um avanço tecnológico e que ajuda em todo desenvolvimento socioeconômico.

 

Bibliografias:

1. Project Management Intitute. Megatendências 2022. Título da Revista, Sede global | 14 Campus Blvd Newtown Square, PA 19073-3299 USA, p.03 – p.05, 2022. Disponível em: Clique aqui. Acesso em: 12/05/2022.

2. AAA Inovação. Transformação Digital: Sobre as 5 principais tendências para o futuro. Youtube, 05/04/2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rWvwjGTC2Q0&ab_channel=AAAInova%C3%A7%C3%A3o
Acesso em: 12/05/2022

3. COSTA, Mariana. Brasil bate recorde de consumo de vinho em ano de pandemia. Estado de Minas - Economia, BH - MG, 09/07/2021. Disponível em: Clique aqui. Acesso em: 12/05/2022.